Entendendo o Capital de Giro

Por Rafael Castanho | 10/11/2020 | 8 Minutos de leitura | Voltar
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Entendendo o Capital de Giro

Qualquer elemento que tenha a capacidade de gerar e reter valor financeiro é categorizado como Capital de Giro. Assim, ao definir o capital de giro da sua firma, leve em consideração o inventário, já que os bens e recursos têm potencial de proporcionar ganhos através de produtos e serviços.

 

É fundamental também levar em conta o montante que a organização detém em contas bancárias, além dos valores que estão por entrar, como pagamentos acordados em longos prazos. Tudo que pode ser traduzido em montantes financeiros, como ações, títulos do tesouro, entre outros, entra na lista.

 

Como determinar o valor do Capital de Giro?

Embora existam empresas especializadas em calcular o Capital de Giro, essa tarefa pode ser realizada sem grandes dificuldades. A equação é simples e não exige um extenso know-how em finanças:


Capital de Giro Líquido (CGL) = Ativo Circulante (AC) - Passivo Circulante (PC)

 

Antes de continuar, entenda os componentes desta equação:

O que significa Capital de Giro Líquido?

O Capital de Giro Líquido refere-se ao montante que o empreendedor deve manter disponível para evitar atrasos em pagamentos essenciais, como salários, fornecedores e aluguel. Enquanto o Capital de Giro "global" representa a operacionalidade da empresa, o líquido sinaliza a quantia necessária para prevenir a ativação de medidas de emergência.

 

E o Ativo Circulante?

Relaciona-se aos recursos disponíveis para a empresa, como caixa em mão, pagamentos pendentes, investimentos e outros. Um Capital de Giro mais robusto indica um menor risco operacional.

 

Passivo Circulante: Despesas e Obrigações

Esta seção é o oposto do anterior: representa as obrigações financeiras de curto prazo, incluindo contas como eletricidade, água, internet, salários, valores de produtos e outros compromissos mensais. Cargas trabalhistas e aluguéis também estão incluídos.

 

Avaliação financeira:

Uma vez com todos os valores identificados, é crucial avaliar a sustentabilidade da empresa em face de adversidades. Muitos adotam um período de avaliação de seis meses, mas, para uma visão de longo prazo, um ano pode ser o foco. O cálculo é determinado multiplicando-se as despesas mensais pelo período desejado. Esse resultado indica a reserva necessária para cobertura de imprevistos.

 

Como construir um bom Capital de Giro

Planejar é o segredo para um Capital de Giro saudável. Um equívoco comum é liquidar todas as pendências em um mês e, no seguinte, realizar gastos excessivos. É crucial alinhar-se ao planejamento financeiro estabelecido.

 

Capital de Giro para novas empresas:

Uma solução para startups é o aporte financeiro dos sócios. Como essa entrada de recursos vem dos proprietários, os juros são evitados. Entretanto, a devolução desses valores deve ser acordada entre os envolvidos.

 

É essencial que empresas recém-criadas possuam uma reserva financeira para, pelo menos, seis meses de operação. Tal prudência considera o tempo de consolidação da marca e captação de clientes. Entretanto, depender excessivamente de aportes pode, temporariamente, prejudicar a liquidez dos sócios.

 

E para microempresas?

Especialistas sugerem três abordagens para microempresas fortalecerem seu Capital de Giro:

 

  • Factoring: Para aqueles que necessitam de caixa imediatamente. Porém, há custos associados.
  • Linhas de crédito: Embora práticas, demandam cautela devido às taxas de juros.
  • Empréstimos online: São rápidos, mas requerem diligência nas escolhas e atenção às taxas e segurança.


E o MEI?

Microempreendedores Individuais podem se beneficiar de microcréditos. Estes são empréstimos de até R$ 20 mil voltados para investimento no negócio. Entretanto, é vital ter discernimento e gestão na aplicação desses recursos.

 

Instituições para Capital de Giro do MEI:

Várias entidades, como Caixa Econômica Federal, BNDES, entre outras, fornecem microcrédito para MEIs.

 

Você já ouviu falar de Capital de Giro Negativo?

Ele é um sinal de alerta, indicando possíveis desequilíbrios financeiros. No entanto, pode ser uma fase natural para empresas em expansão.

 

Capital de Giro Rotativo e Próprio:

O primeiro refere-se a créditos acessíveis para cobrir gastos imediatos. O segundo, por sua vez, é a capacidade da empresa de arcar com suas obrigações sem recorrer a empréstimos.

 

Gestão eficiente de Capital de Giro:

Para garantir uma boa gestão, é crucial monitorar o Ciclo do Capital de Giro, que define o tempo entre pagar fornecedores e receber de clientes. Uma gestão inadequada pode resultar em deficiências de caixa.

 

O Capital de Giro é um aspecto fundamental na gestão financeira de uma empresa, representando os recursos necessários para sustentar as operações diárias. Ele engloba elementos que geram e retêm valor, como inventário, recursos bancários e montantes a receber. A fórmula básica para calcular o Capital de Giro Líquido é a subtração do Ativo Circulante pelo Passivo Circulante. Enquanto o primeiro se refere aos recursos disponíveis, como pagamentos pendentes e investimentos, o segundo abrange obrigações financeiras de curto prazo, como despesas e salários. Uma gestão eficiente deste capital é vital, sendo necessário monitorar o tempo entre os pagamentos a fornecedores e o recebimento de clientes. Para novas empresas e microempresas, existem diferentes estratégias e opções financeiras, como aportes dos sócios, factoring, linhas de crédito e empréstimos online. Os MEIs podem recorrer a microcréditos oferecidos por instituições como a Caixa Econômica Federal e o BNDES. Por fim, é crucial estar atento a indicadores como o Capital de Giro Negativo, que pode sinalizar problemas financeiros, e conhecer as diferenças entre o Capital de Giro Rotativo e Próprio.

 

 


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