LGPD: Como Proteger Dados Pessoais e Cumprir Obrigações Legais

Por Gabriela Gomes | 08/10/2024 | 6 Minutos de leitura | Voltar
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A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), Lei nº 13.709/2018, trouxe uma série de mudanças na forma como empresas e organizações devem lidar com os dados pessoais no Brasil. Embora a maior parte da discussão inicial tenha sido voltada para as áreas de marketing e atendimento ao cliente, é importante entender que a LGPD também afeta diretamente a gestão fiscal das empresas. Neste artigo, exploramos o impacto da LGPD na gestão fiscal e o que as empresas precisam saber para se adequarem a essas novas exigências.

Entendendo a LGPD e sua Relevância para a Gestão Fiscal

A LGPD visa proteger os direitos de privacidade dos indivíduos, regulando o tratamento de dados pessoais, seja online ou offline, por parte de empresas, organizações ou entidades governamentais. Dados pessoais são quaisquer informações que possam identificar um indivíduo, como nome, CPF, endereço, e-mail, entre outros.

Na gestão fiscal, empresas lidam diariamente com uma grande quantidade de dados pessoais, seja de clientes, fornecedores ou colaboradores. Esses dados são processados para cumprir obrigações legais, como a emissão de notas fiscais, envio de declarações ao fisco e apuração de tributos. Portanto, a conformidade com a LGPD é uma necessidade para garantir que essas operações não resultem em violações legais.

Principais Impactos da LGPD na Gestão Fiscal

1. Coleta e Tratamento de Dados Pessoais

Um dos pontos centrais da LGPD é a necessidade de as empresas justificarem a coleta de dados pessoais. No contexto fiscal, muitos dos dados processados são exigidos por legislação tributária, o que justifica a sua coleta sob a base legal do cumprimento de obrigação legal. No entanto, a empresa deve garantir que esses dados sejam tratados apenas para os fins específicos pelos quais foram coletados.

Por exemplo, ao emitir uma nota fiscal para um cliente, os dados necessários para o processo fiscal não devem ser utilizados para outras finalidades, como marketing, sem o consentimento expresso do titular. Esse controle rígido sobre a finalidade do uso de dados é essencial para evitar penalidades sob a LGPD.

2. Segurança dos Dados Pessoais

A segurança dos dados é uma das principais preocupações da LGPD. A lei exige que as empresas implementem medidas técnicas e administrativas para proteger os dados pessoais de acessos não autorizados, perdas ou vazamentos. Na gestão fiscal, isso se traduz na necessidade de proteger as informações contábeis e fiscais que contêm dados pessoais.

O uso de softwares de gestão fiscal deve ser revisado para garantir que estejam em conformidade com as melhores práticas de segurança. Medidas como criptografia de dados, controle de acesso rigoroso e auditorias regulares podem ajudar a garantir a proteção dessas informações sensíveis.

3. Armazenamento e Prazo de Retenção dos Dados

Outro impacto significativo da LGPD na gestão fiscal está relacionado ao armazenamento e ao prazo de retenção de dados. A legislação fiscal exige que certos documentos sejam armazenados por prazos específicos, como cinco ou até dez anos, dependendo do tipo de documento. Entretanto, a LGPD impõe que os dados pessoais não devem ser mantidos por mais tempo do que o necessário para cumprir a finalidade para a qual foram coletados.

Portanto, as empresas precisam equilibrar as exigências fiscais de retenção de documentos com as obrigações de proteção de dados. Isso pode significar revisar políticas de armazenamento e implementar procedimentos para garantir que, após o prazo legal, os dados sejam adequadamente eliminados ou anonimizados.

4. Transferência de Dados para Terceiros

A transferência de dados pessoais para terceiros, como prestadores de serviços de contabilidade ou tecnologia da informação, também deve ser cuidadosamente gerenciada sob a LGPD. No contexto fiscal, muitas empresas terceirizam a gestão fiscal ou utilizam soluções de cloud computing para armazenar e processar informações fiscais.

Nesses casos, é fundamental garantir que os terceiros envolvidos no tratamento de dados estejam igualmente em conformidade com a LGPD. Contratos com esses prestadores devem incluir cláusulas específicas sobre proteção de dados, e a empresa deve monitorar regularmente as práticas de segurança adotadas por esses parceiros.

5. Direitos dos Titulares de Dados

A LGPD confere aos titulares dos dados uma série de direitos, como o direito de acesso, retificação e exclusão de dados pessoais. Na gestão fiscal, isso pode gerar desafios, especialmente quando o titular solicita a exclusão de seus dados que, por força de obrigações fiscais, precisam ser mantidos por períodos específicos.

Neste caso, a empresa deve estar preparada para responder de forma adequada às solicitações dos titulares, explicando as restrições legais que impedem a exclusão imediata dos dados fiscais e oferecendo alternativas, como a anonimização, quando aplicável. É essencial que a equipe fiscal e jurídica trabalhe em conjunto para atender essas demandas dentro do que a lei permite.

Como se Adequar à LGPD na Gestão Fiscal?

Para garantir que a gestão fiscal esteja em conformidade com a LGPD, as empresas devem adotar uma abordagem proativa, que inclua as seguintes ações:

1. Mapeamento de Dados

Realize um mapeamento completo dos dados pessoais coletados, processados e armazenados durante as operações fiscais. Isso inclui identificar quais dados são coletados, por quais motivos, onde são armazenados e quem tem acesso a eles.

2. Revisão de Políticas e Procedimentos

Revise as políticas e procedimentos internos relacionados à gestão fiscal para garantir que estejam em conformidade com a LGPD. Isso inclui políticas de segurança da informação, retenção de dados e gestão de contratos com terceiros.

3. Implementação de Medidas de Segurança

Adote medidas de segurança adequadas para proteger os dados fiscais. Isso pode incluir a implementação de criptografia, controle de acesso e auditorias regulares dos sistemas de informação.

4. Capacitação da Equipe

Capacite a equipe fiscal e contábil para entender os requisitos da LGPD e como aplicá-los no dia a dia. Isso é fundamental para garantir que todos os colaboradores estejam cientes de suas responsabilidades no tratamento de dados pessoais.

5. Monitoramento Contínuo

Realize um monitoramento contínuo das práticas de gestão fiscal e da conformidade com a LGPD. A legislação pode evoluir, e novos desafios podem surgir, exigindo uma postura de adaptação constante.

Conclusão

A LGPD trouxe uma nova camada de complexidade para a gestão fiscal das empresas, exigindo maior atenção ao tratamento de dados pessoais. Além de cumprir as obrigações fiscais, as empresas agora precisam garantir que esses dados sejam processados de maneira segura e em conformidade com a lei. Com a implementação de boas práticas de segurança, revisão de políticas internas e capacitação da equipe, é possível alinhar a gestão fiscal às exigências da LGPD, evitando penalidades e fortalecendo a confiança dos clientes e colaboradores na empresa.

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Perguntas mais comuns - LGPD: Como Proteger Dados Pessoais e Cumprir Obrigações Legais


A LGPD exige que as empresas protejam os dados pessoais usados na gestão fiscal, implementando medidas de segurança e garantindo o uso adequado desses dados apenas para fins legais.


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Gabriela Gomes

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